
Música é o oxigênio que eu respiro. Um bom rock and roll, um reggae, um xote ou uma bossa nova. Não importa o estilo, desde que seja bom eu ouço de tudo. A prova é essa playlist que eu preparei: uma salada de tudo o que eu to ouvindo ultimamente. Baixem, ouçam e curtam, porque esse som é o pipoco.
The Beatles - The Continuing Story of Bungalow Bill
Não é nada original, eu sei. Mas qualquer playlist que eu fizesse começaria com uma música desses caras. Então escolhi The Continuing Story of Bungalow Bill pra representar a minha banda preferida nesse. Presente no delicioso álbum branco, essa música se encaixaria perfeitamente na trilha sonora de um desses clássicos western com John Wayne. Embalada por um violão que tem um quê latino, ela tem o vocal de uma criança em um dos trechos e mostra porque Beatles é, ainda hoje, uma das bandas mais originais de todos os tempos.
Pixies - Bone Machine
Bone Machine é a faixa de abertura do Surfer Rosa, discaço produzido por Steve Albini, que também produziu o In Utero do Nirvana, que por sua vez tinha um vocalista fã inveterado do Pixies. E o Steve Albini sabe das coisas: um disco como o Surfer Rosa precisava começar com uma porrada. Com uma bateria inspiradíssima de David Lovering e os gritos insanos de Black Francis esse som sacode e faz a cabeça de quem gosta de boa música. Mas só vale se ouvir bem alto.
Miles Davis – Milestones
Lenda, gênio, mito e qualquer outro adjetivo exagerado é o jeito certo de definir Miles Davis. E essa música prova isso. Com uma pegada rápida e intensa, Milestones é uma das parcerias entre Davis e John Coltrane. Parceria que foi desfeita devido ao excessivo uso de heroína por parte de Coltrane e encerrou, ao menos para mim, a melhor fase da carreira do gênio do jazz. Pena para Miles Davis, que perdeu um grande saxofonista. Pena pra quem curte Jazz, que perdeu uma junção quase perfeita de mentes musicais. Mas aqui no meu playlist, felizmente, elas estão juntas.
Dinosaur Jr – The Lung
Dinosaur Jr pode ser taxada, sem medo nenhum, como uma autêntica banda rock and roll. Baixo, guitarra, bateria e vocal em um som cru e bem sujo. Essa é a fórmula que esses caras seguiram. E deu certo. O Dinosaur Jr é um dos pais do grunge e influenciou uma porrada de bandas. Aqui no meu playlist eles entram com The Lung. Faixa 4 do You're Living All Over Me. Um disco que todo amante do rock and roll deveria ouvir. A música é marcada por uma guitarra divertida e uma batida simples, mas muito legal. Dica: ouça esse som no começo de um daqueles dias que você sabe que não vai ser fácil.
Jorge Ben Jor – Domingas
Achei essa versão um dia desses no Youtube. Em um teatro, em 70, Jorge Ben, sentado em um banquinho com um violão e acompanhado pelos originais do samba, executou essa que é uma das inúmeras homenagens à esposa dele. É tão visceral, que dá pra imaginar a reação da Senhora Domingas à singela declaração em que até o violão parece querer gritar o amor do poeta pela amada.
Totonho & Os Cabra – Segura A Cabra Romualdo E Zé Resteu - Medley
Xaxado, grooves, batidas eletrônicas e letras irreverentes, tudo liquidificado. Ainda não é isso, mas é o mais próximo que eu cheguei, em palavras, do som de Totonho & Os Cabras. E essa é a faixa 4 do primeiro disco da banda, cheia de efeitos e com algum vocal metalizado. A música é uma viagem pelo Nordeste, com um pulo numa rave em Berlin e um pouso de emergência em uma boate, talvez na Tailândia.
Só sei que esses paraibanos conseguiram universalizar a música nordestina e mostrar que o Nordeste é mais do que um vaqueiro trajando Gibão.
The Blackbyrds – The Baby
Com uma guitarra alucinante, essa música é daquelas que você não consegue ouvir sem bater a perna. The Baby é um fusion instigadíssimo tocado pelo Blackbyrds, banda liderada por Donald Byrd, um trompetista endiabrado. Ouça com alguém quente do seu lado, porque esse som é do capeta.
Fela Kuti – Sorrow Tears and Blood
Música pra ouvir naquela sexta que você chegou cansado do trampo e tá afim de curtir um som astral, acompanhado de uma cerveja bem gelada. Sorrow Tears and Blood é um atestado musical de que a África não é o lugar mais triste do mundo. Os metais inspirados, a batida das mais dançantes e os backing vocal´s espirituais são a prova disso.
Novos Baianos – Guria
A voz de baby do Brasil deveria ser tombada como patrimônio. E foi ela a escolhida para cantar essa poesia de Galvão e Morais Moreira, que saiu no Vamos pro Mundo, compacto lançado em 74, direto para a minha playlist. Acompanhada por um violão delicioso, essa música tem o mesmo efeito de um tranquilizante e o melhor: sem nenhuma contra-indicação.
The Propositions – Africana
Mais um fusion que é o pipoco. E esse é capaz de transformar cabelo liso em Black Power e calça apertada em boca de sino.

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