sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Não quero acreditar

Como eu gostaria de acreditar que poderia sair alguma coisa boa de “Arquivo X: Eu quero Acreditar”. Ainda bem que já fui preparado. Nunca pensei que como grande fã do seriado e toda sua mitologia iria reservar algum esforço para falar mal de um filme que esperei 10 anos pra ver nos cinemas. Infelizmente foi inevitável.
“X2” começa onde a série parou, a dupla de ex-agentes do departamento do FBI que investiga casos sem explicações, Fox Mulder e Dana Scully, tenta levar a vida adiante depois de passarem a ser perseguidos como traidores pela própria agência. Scully tenta esquecer do passado trabalhando como médica em hospital beneficente enquanto Mulder passa o dia trancado em um quarto colecionando notícias sobre aparições de óvnis e eventos paranormais. Em paralelo, o desaparecimento de uma agente do FBI sob circunstâncias misteriosas leva um time de agentes a ter de recorrer ajuda dos dois, com a promessa de limpar suas fichas de registro. As visões de um padre acusado de pedofilia passam a ser a principal chave para a solução do caso.
Até aqui tudo bem, o problema é que após a tentativa de justificar o filme, a trama se centra na relação delicada entre Mulder (David Duchovny) e Scully (Gillian Anderson) e em discussões sobre fé e esperança. Não que os protagonistas não tenham cacife para tanto, mas, simplesmente, isso não é Arquivo X.
Adoro o filme de 1998, que mesmo tratando sobre a mitologia complexa do seriado, consegue divertir e intrigar até quem não é um iniciado. Para esta nova empreitada, os produtores optaram por seguir outro argumento também bastante recorrente no extinto seriado, o chamado monstro da semana, uma história independente da mitologia, porém, não menos interessante. Só que nem isso o filme é. Sabe aqueles filmes do Shyamalan que você vai pro cinema esperando ver algo e sai com outra coisa completamente diferente? Pois “X2” quase caiu neste mesmo erro. A sorte foi que a divulgação do filme foi fraquíssima, outra coisa que me chamou bastante a atenção.
Sabe o ARG que fizeram para promover The Dark Knight (vide este podcast)? Fico imaginando toda essa tecnologia disponível e as novas formas de promover um filme para um acontecimento como Arquivo X. Funcionaria esplendorosamente bem com sua temática. Fato é que os produtores optaram por um posicionamento que se demonstrou, e com toda a razão, bastante cauteloso.
Não esperava nada deste filme e confesso que saí do cinema indiferente, com a sensação de ter presenciado o sepultamento prematuro de uma franquia. É uma pena testemunhar um ícone dos anos 90 terminar assim.


1 comentários:

Nicolau

haha!...o filme é realmente terrível...

só via a galera saindo da sessão...

abraço! muito bom o blog!

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