quarta-feira, 13 de outubro de 2010

comer, rezar, amar - crítica. ou não.

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Hoje me deu vontade de viajar. Mas viajar pra ficar sem fazer nada. Na verdade, pra fazer algumas coisas que você só pode fazer quando não tem que se preocupar com pauta, prazos, perrengues e pendências – aqueles 4 p’s do marketing – do seu trabalho. Eu até já fiz uma lista de ‘coisas pra fazer quando meus amigos tiverem trabalhando e eu não’. Por exemplo, tomar cerveja às 15:35. Sim. 15:35 porque eu não gosto de horário redondo. Andar pela rua às 11:11 da manhã. Quando eu digo andar, não é indo pra um lugar que você sabe onde é. Andar por andar, até cansar e parar em outro bar pra tomar uma coca cola de garrafa de vidro e comer uma empada. Outra coisa que eu queria também é não ter hora pra dormir. Isso porque eu conto as horas de sono que eu vou ter. Quando elas são menos de 5, dá um desespero agoniante. Eu também queria viajar pra ser turista, sabe? Andar sem ver um amigo do outro lado da rua e ter que dar tchauzinho. Não encontrar um conhecido na rua, falar qualquer amenidade e no final das contas ter que ir na mesma direção que ele, sem ter mais assunto nenhum. Queria ir sem celular. Ué, se precisar ligar vai no orelhão ou qualquer coisa do tipo. Eu queria acordar as 10:17. Eu queria acordar mais cedo, se desse vontade de sentar numa rua, tomar um café e ler um livro de tirinhas. Eu queria entrar numa livraria qualquer, ler a maior quantidade de livros finos que puder e não comprar nada. Eu queria viajar pra assassinar alguma língua estrangeira pedindo informações e ouvir um sotaque diferente de uma velhinha de uns sessenta e poucos anos. Eu queria viajar pra não ter que aturar conversas chatas e ter que usar a técnica de fixar os olhos na boca da pessoa e não escutar nada sem precisar tampar o ouvido. Eu também queria passar mais tempo de óculos escuros, de chinelo e com a mochila nas costas. Eu queria não criar títulos pra os meus textos. E nem ter que dar espaço pra organizar o texto. Eu queria viajar pra ficar sem fazer nada e fazer um monte de coisas que o trabalho não me deixa, como acabar esse texto e dizer quantas coisas eu queria fazer quando tivesse longe e não tivesse fazendo nada. Como escrever sobre a saudade de casa e da rotina.

ps.: essa é a minha crítica sobre o filme. E esse post não é patrocinado.

3 comentários:

Dirceutavares

Fialho este é o seu melhor texto, dos que eu li até hoje. Fiquei penalizado. Muito. Eu não sabia que você era feliz quando desejava e não tinha estágio. Quero a sua autorização para publicar este texto num livro que estou escrevendo, pois inicio falando como é sofrido o trabalho na publicidade. Forte abraço.

Eduardo Fialho

Obrigado pelso elogios, Dirceu. Pena que não fui eu quem escreveu este texto. :)

Mas fala com Igor que acho que ele topará numa boa.

Unknown

eu tambem queria tomar uma coca NORMAL, sem ser 0 e de garrafa as 11:11 da manhã junto com uma empada, mas de preferência que esse lugar nao fosse nem frio nem quente, pq senão, nao andaria no meio da rua as 11:11 da manhã nem a pau!
beijo, amor!
parabens pelo texto!

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