quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O homem esqueceu que é gente

Esse texto foge um pouco à proposta do blog. Ele não fala de música, de cinema, de artes e nem de seriados. Ele fala sobre como as pessoas enxergam determinadas coisas. Vou explicar direitinho. Como todo mundo (acho), eu também fiquei bem impressionado com que aconteceu aos mineiros lá do Chile. Primeiro por se tratar de uma situação inédita, que não seria imaginada nem pelo roteirista mais criativo de Hollywood. Segundo, pela forma como eles estão encarando a situação e por último pela reação da população chilena quando se descobriu que eles estavam vivos, mesmo à 700 metros de profundidade e com quase nenhum suprimento. Se você não acompanhou tudo, saiba que os chilenos foram as ruas comemorar. Buzinaram, gritaram, exibiram a bandeira do país e cantaram o hino. Mais parecia a celebração de um campeonato mundial de futebol ou que o governo anunciara um aumento elástico no salário mínimo. Não. Eles celebravam algo que muita gente esqueceu o quão importante é: a vida.


Dia desses ouvi um engenheiro de minas, autoridade no assunto, dizer que as chances deles eram restritas, que ainda não começaram a se confrontar porque ainda estavam sobre efeito da adrenalina, mas que brigar era uma questão de tempo. Provavelmente sucumbiriam às condições precárias e morreriam antes do resgate chegar. Ouvi outras pessoas falaram algo parecido e também outras que, como eu, são leigas no assunto concordarem e praticamente afirmarem que realmente eles não sobreviveriam. Ok, trata-se de uma opinião. Bastante racional, eu diria, baseada em conhecimentos científicos e comportamentais. Respeito a posição ou achismo de todo mundo. Só acho que o mundo precisa acreditar e dar atenção a boas histórias. Chega de martelar, por tanto tempo, notícias como: ”Pai joga filha do alto de um prédio, “Traficantes metralham imigrantes na fronteira do México com os Estados Unidos” ou “Homem estupra filha presa em um porão por dezenas de anos.”
O fato no Chile é um exemplo. Um exemplo de humanidade. Confesso que ver a reação daquelas pessoas me emocionou. Ver que uma população inteira esqueceu a disputa entre o partido A ou B, a rivalidade no futebol ou qualquer outro tipo de questão. Juntos, os chilenos lembraram que mais do que humanos, eles são gente. E é disso que a humanidade precisa: voltar a ser gente.

4 comentários:

igor

bonito isso, gutão.
bonito isso.

Hélio Nunes

sou otimista! não ando em direção ao "caos"; caminho para o "belo". e sei que muitos andam comigo. bom exemplo para mostrar que ser otimista (e humano) ainda vale à pena.

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