sexta-feira, 24 de setembro de 2010

It's all about the game

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Por volta de 1600, na Holanda, ocorreu um fênomeno de loucura coletiva que ficou conhecido por "Tulipomania". Pessoas vendiam propriedades ou se endividavam em troca de tulipas. Um surto especulativo sem precendentes na história do nascente capitalismo holandês. Muito bonita e exótica, em forma de turbante (em turco, tülbent) e originária do misterioso Oriente, a flor tinha todos os ingredientes para despertar curiosidade e desejo. Tulipa entrou na moda. Mais que isso, transformou-se em obsessão. Novas variedades eram supervalorizadas e davam a quem as possuía um prestígio inimaginável. Anos mais tarde, como era de se esperar, o preço das tulipas despencou e muita gente acabou arruinada.

Hoje. Pessoas se degladiam por ações de companhias das quais nunca ouviram falar. Investem todas as suas economias em troca de papéis com a esperança de ver seus profits se multiplicarem. Hipotecam seus bens como garantia para adiquirir novos bens. A tulipa dá lugar à especulação. A bolha toma forma. Bancos financiam crédito sem fim a taxas de juros pós-fixadas. Empréstimos hipotecários de alto risco e de taxa variável concedidos à famílias sem renda suficiente para poder arcar com suas prestações. Em 2005, a Reserva Federal Americana aumenta a taxa de juros para tentar reduzir a inflação e desregula a máquina. Mutuários ficam inadimplentes, isto é, sem condições de pagar as suas dívidas aos bancos. Uma crise de confiança geral afeta o sistema financeiro e falta de dinheiro disponível para saque imediato pelos correntistas do banco. Corre-corre na bolsa de valores. A bolha estoura. Wall Street caiu.

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Complicado? Pode até parecer, mas após essa introdução já vai ficar um pouco mais tranquilo acompanhar a trama principal de Wall Street - The Money Never Sleeps, filme que recoloca a carreira de Oliver Stone nos trilhos. Continuação - de certa forma independente - do filme de 1987, Stone volta com o que melhor sabe fazer: retratar o umbigo da América. 

A atual crise econômica é pano de fundo perfeito para trazer Gordon Gekko, personagem de Michael Douglas, de volta à ativa. E não é pelo dinheiro, é tudo pelo jogo.

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Uma coisa precisa ficar bem clara, Wall Street não é para todos os públicos. Vai ter quem durma; vai ter quem não entenda nada; quem, simplesmente,  não curta esse tipo de filme; mas vai ter também quem saia do cinema querendo um pouco mais. Afinal, um pouquinho de ganância não faz mal a ninguém. Né verdade?

É cinema politizado, elegante, incrivelmente fotografado, montado, bem escalado e datado. Entenda  isso como quiser.

Vou deixar de impessoalidade e dizer logo de uma vez: Wall Street é um filmaço!

 

7 comentários:

Unknown

Estava na espectativa de um grande filme, mas talvez isso tenha estragado parte da experiência.
A real graça do filme é "o jogo". O resto do filme não deu pra engolir muito bem. Os personagens são MUITO mal resolvidos.

Gabriela Guerra

eu não vi nenhum dos dois filmes, mas vim só dizer que o texto ficou massa!

Nathália

Achei bom, porte de grande filme. Mas pra mim, ficou faltando ser mais BAD-ASS! talvez tenha sido porque assisti "Os infiltrados" antes em casa. Mas gostei, quero ver o primeiro!

Anônimo

Ah, o um é bem melhor.... Com trama mais elaborada, um clima tenso e a dúvida do personagem entre a ganancia e o certo....
Esse agora ficou muito bobinho..... Focado em relação amorosa e familiar.... Sem aprofundar nas questões de ganancia e da própria wall street

O post é bem explicativo

Anônimo

AMigo, a sua tentativa de retratar o que aconteceu na crise foi terrivelmente fail...no eua, tx de juros real é pratricamente zero, e vc fala que os juros aumentaram?
economia não é seu forte...aquele esquema, blogueiro é blogueiro, economista é economista!

Eduardo Fialho

Realmente, se tem uma coisa que nós estamos longe de ser é economistas, mas obrigado pelo cometário.

O que foi dito é que a crise teve início por causa do aumento da taxa de juros para tentar reduzir a inflação, efetuada pela Reserva Federal Americana, em 2005, que acabou desregulando toda a máquina. E não sou eu quem está dizendo isso.

http://www.estadao.com.br/especiais/a-taxa-de-juros-dos-eua,3954.htm

Anônimo

Concordo com o OUTRO anônimo, sua explicação está completamente tosca e sem base na realidade americana.

Eu sou um investidor e entendo de mercado aberto, de futuros e de derivativos, MESMO ASSIM o filme é MUITO chato, com atuações bastante francas. Dá vontade de dormir.

Que um conselho: NÃO ASSISTA, entendendo ou não de finanças.

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