sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O Procurado

Credibilidade é tudo. É isso que O Procurado (Wanted, EUA, 2008) tenta alcançar com um time de atores do primeiro escalão de Hollywood, encabeçado por Angelina Jolie e Morgan Freeman, para transformar o roteiro de história em quadrinhos em algo um pouco mais... crível.

Estreando nesta sexta-feira ao Brasil, depois de um estrondoso sucesso de bilheteria nos Estados Unidos, o filme narra escalada do frustrado Wesley Gibson (James McAvoy), que de uma medíocre e insignificante existência como gerente de contabilidade chifrado pela namorada, se descobre, de uma hora para outra, filho de um dos maiores atiradores da ordem de assassinos, A Fraternidade, responsável por balancear o equilíbrio da sociedade através dos séculos eliminando aqueles que ameaçam pô-lo em risco. Convocado para vingar a morte do pai, Wesley é treinado por Fox (Jolie) e Sloan (Freeman) para sair à caça de seu assassino, um astuto e mortal atirador ex-membro da Fraternidade.

Não, o filme não chega a ser ruim, cumpre bem seu papel que é divertir e elevar a adrenalina dos espectadores à enésima potência com cenas espetaculares de perseguição, tiroteios e trucagens especiais muito bem realizadas. O quase desconhecido James McAvoy (Desejo e Repação), ganha o papel de maior destaque em sua carreira e não faz feio. Fugindo um pouco aos padrões do action guy amaricano, o rapaz segura muito bem o filme com o carisma de Wesley. Num papel pequeno, Freeman está consistente como sempre e Angelina Jolie é o adoçante dessa mistura, atraindo todos os olhares com caras e boca novamente.

Devo destacar o diretor russo Timur Bekmambetov (dos péssimos Guardiões da Noite e Guardiões do Dia), que consegue transformar um roteiro bobo e que prometia ser a bomba do ano num filme de ação que não perde ritmo frenético um só segundo. Com várias referências a Matrix e Equilibrium, diverte em seus 110 min.

É desligar um pouquinho o cérebro, esquecer o discurso que conclama a justiça através do uso de armas e se deixar levar. Contraditório? Isso é Hollywood.

AVALIAÇÃO: 6,5

1 comentários:

Unknown

Eduardo sua crítica de cinema está enxuta e clara.

Ela desperta de algum modo uma pergunta clássica e mal respondida. Por que num mundo que entroniza a civilização, fazemos filas nos filmes norte americanos politicamente incorretos?

Creio que precisamos de uma crítica de cinema que analise o PERSONAGEM do filme. No treiler que vc postou vemos o simpático e frágil "loser", trabalhando anonimamente, numa burocracia qualquer, e que tem um herói dentro dele que deseja despertar.

O personagem deste e de outros filmes sao filhos do conto de fadas. Um herói frágil que desperta para a luta. Precisamos entender como na tela do cinema se constrói o herói romanesco com credibilidade e que valores do Sistema ele passa para as multidões.

Como se monta um pacto narrativo? Te faço sentir como um herói e vc aceita que o Sistema norteamericano imponha a lei no mundo através de (in)justos grupos de extermínio.

Como na telinha vai transformando um bobao como nós em um herói? E nessa nossa transformação que valores do sistema nortemaricano vai se instalando na nossa pele?

Estudar a construção do personagem e analisar caso a caso. E escrever sobre isso com gostosura. Eu adoro este filmes cheios de adrenalina pois sou como qualquer pessoa do povo...

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